Existem momentos nos quais é necessário parar por alguns instantes para refletir sobre certos acontecimentos que afetam nosso dia a dia e, consequentemente, de uma forma ou de outra, nossa vida. Me refiro ao valor verdadeiro de tudo aquilo que, a cada momento recebemos como informação, através de palavras e mensagens enviados pelos médios de comunicação disponíveis.
Como ponto de partida, me permito retornar um pouco
no tempo, até 16 de novembro de 2020, quando publiquei neste blog um texto onde
foram tecidos alguns comentários sobre “O poder da palavra”. Traduzimos nossas
ideias com os seguintes conceitos, que permanecem atuais:
A
palavra, como elevada forma de expressar os pensamentos, tem a capacidade de
tornar transparentes os sentimentos do ser humano e adotam a cor, o brilho e o
sabor das emoções com as quais são proferidas.
Nos
aparece encarnada na explosão da ira, celeste nas preces, rosa no canto
maternal. Brilhante quando elogia, opaca-se numa calunia. Doce no afago, se
azeda na crítica. Amorosa no abraço, sensual na expressão, libidinosa na
resposta, assume o papel de mensageiro das emoções.
Possui
afiadas bordas que provocam profundas feridas quando proferida de forma
insensata, mas pode também, ser portadora do bálsamo delicado que cicatriza os
cortes.
A
palavra é arma e redenção, é ofensa e compreensão; é instrumento, objeto,
recipiente e conteúdo. É poderosa. Marca, deixa rastros. O Ser encarna-se
através da palavra, da mesma forma que o Poder e o Querer.
Sendo
assim, tão valiosa e volúvel, todos os cuidados possíveis devem ser tomados
antes de usá-la. Vale muito mais uma palavra silenciada na esperança de uma
reconciliação, que uma torrente verbal avassaladora despejada com ódio no calor
de uma disputa. (Pisandelli, 2020) [1]
Em contrapartida, existem àquelas palavras, que
impregnadas de uma seiva amarga e corrosiva queimam, ferem nossos espíritos. Voam
como setas agressivas, lançadas para lacerar sem importar as consequências dos
seus efeitos. Somente projetam raiva, ressentimento e despeito. São palavras fúteis,
que nada constroem nem acrescentam. São ocas, sem importância relevante nem
utilidade. Caracterizadas por uma sensação de mágoa, são geradoras de
desprazer, de rancor ou de angústia sentida por àqueles que são alvos
escolhidos.
Pequena é a diferença entre as expressões úteis
e fúteis, mais enorme enquanto ao seu significado. É neste ponto que
desejamos chamar para reflexão nosso leitor.
A crítica, quando construtiva e bem intencionada,
sempre será útil, bem vinda. As palavras corrigem sem ferir, ajustam sem
ofender, sugerem sem lacerar. Uma opinião será sempre bem recebida quando seu
objetivo esteja pleno de boas intenções.
Sendo ela destrutiva, agressiva ou debochada, será
sempre fútil, irrelevante, sem importância nem
utilidade. Estará desprovida de essência, será tola e desnecessária.
Abençoados são todos os médios de comunicação, que encurtam
distâncias, que nos permitem estar a par, quase instantaneamente, de tudo
àquilo que de bom ou de ruim acontece em nosso mundo. Não tenho nada a criticar
sobre o progresso da comunicação. Minha angustia se centra naquelas mensagens fúteis,
escritas por pessoas que não se aprofundam nos assuntos, que não param para
pensar sobre àquilo que expressam, nem muito menos nos efeitos que suas
palavras podem provocar.
Sugiro meditar sobre este assunto e sua importância. A “Caixa de Pandora”
foi aberta, e assim permanece há muitos e muitos anos, espalhando todas suas
mazelas na humanidade. Porém, e a pesar de tudo, ainda resta a Esperança, solidamente
fincada no interior de nossos corações.
Vamos meditar um instante antes de escrever ou enviar
qualquer mensagem, informação ou notícia. Vamos tratar de que sejam sempre úteis
e jamais fúteis.
Você pode concordar ou não, porém essa é minha opinião, aqui,
somente entre nós.
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